O Catolicismo romano, Sola Eclésia, Tradição, e Romanos 14
Por Matt Slick – Tradução David Brito
O catolicismo romano afirma ser a única igreja verdadeira e que é o repositório da Palavra de Deus e da tradição. De fato, a Igreja Católica Romana afirma que somente ela tem a autoridade para interpretar a Bíblia em seu real significado, e os seus membros não estão autorizados a interpretar as Escrituras de forma contrária ao que a igreja diz.
” . . . decreta que ninguém, fundado na perspicácia própria, em coisas de fé e costumes necessárias à estrutura da doutrina cristã, torcendo a seu talante a Sagrada Escritura, ouse interpretar a mesma Sagrada Escritura contra aquele sentido, que [sempre] manteve e mantém a Santa Madre Igreja, a quem compete julgar sobre o verdadeiro sentido e interpretação das Sagrada Escrituras, ou também [ouse interpretá-la] contra o unânime consenso dos Padres, ainda que as interpretações em tempo algum venham a ser publicadas” (Concílio de Trento seção IV par 785″)
Sola scriptura
Protestantes condenam tal afirmação e apontam somente para as escrituras (sola scriptura) como a regra final para tudo que ela aborda. O catolicismo romano responde dizendo que tem mergulhado no poço da Sagrada Tradição e tem trazido verdades que foram passadas para nós pelos apóstolos através dos corredores do tempo, e uma vez que é a “verdadeira Igreja” que descende através de sucessão apostólica, ela possui a autoridade para guiar o cristianismo para a plenitude da fé. Essa reivindicação da igreja católica é bíblica? Não, não é. Pois o problema é que a Igreja Católica rejeita a sola scriptura e apela à sua própria autoridade e tradição, a qual chama de Sagrada Tradição.
Então, o que é a Sagrada Tradição?
” Há uma corrente fórmula no ensino cristão (e a fórmula é emprestada do próprio São Paulo) que a verdade tradicional foi confinado à Igreja como um depósito para guardar e transmitir fielmente como tinha recebido sem adicionar-lhe ou tomar qualquer coisa ausente . . . Este depósito, de fato, não é uma coisa inanimada passada de mão em mão; não é, propriamente falando, um conjunto de doutrinas e instituições consignados a livros ou outros monumentos. . . ela deve ser representada como uma corrente de vida e da verdade que vem de Deus por meio de Cristo e através dos Apóstolos ao último dos fiéis que repete o seu credo e aprende seu catecismo, “(Enciclopédia Católica, Tradição e Magistério vivo).
Assim, a tradição é uma subjetiva, “corrente da vida e da verdade que vem de Deus por meio de Cristo e através dos Apóstolos.”
Isto significa que não podem ser verificadas ou testadas a partir da Escritura, porque não está escrito. Ele é “experimentado”. Tal experiência eclesiástica é parte do “depósito da fé”, no qual a ICAR recebeu seus ensinamentos extra bíblicos. Deveria ser óbvio que tal sistema de verdade espiritual é feito com o risco de se adotar tendências populares católicas romanas e afirmações que são requeridas por ser “tradição”. Mas crenças, afirmações e decretos papais não fazem estas afirmações serem necessariamente verdades espirituais, a menos que você seja um católico romano que se comprometeu a acreditar no que a Igreja lhe diz para acreditar, porque é somente a igreja (sola ecclesia), que tem a autoridade para lhe guiar espiritualmente. Lembre-se, a Igreja Católica Romana afirma que você não está autorizado a interpretar as Escrituras ao contrário do que a Igreja Católica declara como acima citada.
Romanos 14:1-2
Assim, se é apenas a Igreja Católica Romana que diz aos Católicos o que a bíblia “realmente” significa, e ninguém tem permissão para interpretá-la além da sua orientação eclesiástica, vamos analisar esta afirmação sob a luz de Romanos 14:1-12.
“Aceitai o que é fraco na fé, sem a preocupação de debater assuntos controvertidos. Um crê que pode comer de tudo, e outro, cuja fé é fraca, come somente alimentos vegetais. Aquele que come de tudo não deve menosprezar o que não come, e quem não come de tudo não deve condenar quem come; pois Deus o aceitou. Quem és tu, que julgas o servo alheio? É para o seu senhor que ele está em pé ou cai. E permanecerá em pé, porquanto o Senhor é capaz de o sustentar. Há quem considere um dia mais sagrado do que outro; outra pessoa pode entender que todos os dias são iguais. Cada um deve estar absolutamente convicto em sua própria mente. Aquele que guarda um dia especial, para o Senhor assim o considera. Aquele que se alimenta de carne, o faz para o Senhor, pois dá graças a Deus; e aquele que se abstém, para o Senhor se priva, e também dá graças a Deus. Porque nenhum de nós vive exclusivamente para si, e nenhum de nós morre apenas para si mesmo. Se vivemos, para o Senhor vivemos; e, se morremos, é para o Senhor que morremos. Sendo assim, quer vivamos ou morramos, pertencemos ao Senhor. Porquanto foi por este motivo que Cristo morreu e voltou a viver, para ser Senhor tanto de vivos quanto de mortos. Mas, tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, igualmente, por que desprezas teu irmão? Pois todos compareceremos diante do tribunal de Deus. Porquanto está escrito: “Por mim mesmo jurei, diz o Senhor, diante de mim todo o joelho se dobrará e toda língua confessará que Eu Sou Deus”. Deste modo, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus. Motivo de louvor, não de tropeço” (Rm. 14:1-12).
Observe os versos sublinhados. Deus nos diz que as pessoas podem ter diferenças de opinião sobre questões discutíveis. Quais são as questões discutíveis? Elas são dietéticas e dias de adoração, dois temas altamente significativos. Se Paulo diz-nos que cada pessoa deve ser convencida em sua própria mente, Se Paulo nos diz que cada pessoa deve ser convencida em sua própria mente, então como pode também ser verdade que a Igreja Católica Romana é a única com autoridade para lhe dizer em que acreditar? Há um problema aqui. Se Paulo, sob a inspiração do Espírito Santo, realmente entendia que a Igreja é quem tinha que dizer às pessoas o que elas devem acreditar, por que ele escreve que cada pessoa deve ser convencida em sua própria mente em questões discutíveis? A resposta é simples. Os católicos romanos ao afirmarem ser a única igreja verdadeira que tem o direito de interpretar as Escrituras e revelar “novas” doutrinas através da sua Sagrada Tradição estão inventando um ensino que não se baseia nas Escrituras e não é bíblico. Na verdade, é anti bíblico!