Reparação ao Sagrado Coração de Jesus e o Papa Pio XI
Tradução e adaptação David Brito
Um dos problemas do catolicismo romano é a sua doutrina da salvação.
Ela nega a justificação pela fé e requer obras realizadas através do sistema sacramental do Catolicismo Romano, para que uma pessoa seja justificada diante de Deus. Justificação, é a declaração legal onde Ele proclama o pecador justo. A Bíblia ensina claramente que esta justificação é pela fé e condena qualquer adição de obras a justificação dada por Deus pela sua maravilhosa Graça.
Rm. 3:28-30, “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.
É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente, Visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão.”
Rm. 4:5, “Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça,”
Rm. 5:1, “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo,”
Rm. 5:9, “Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.”
Rm. 10:4, “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.”
Rm. 11:6, “Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra.”
Gl. 2:16, “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.”
Gl. 2:21, “Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde.”
Gl. 3:24, “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.”
Ef 1:13, “Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa”
Ef. 2:8, “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.”
Fp 3:9, “E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé.”
Apesar do óbvio ensino da Escritura com relação a salvação pela fé e não pelas obras, o catolicismo romano ensina o contrário. Por favor, observe as declarações feitas no Concílio de Trento, 1545-1563.
CANON I – Se alguém disser que os sacramentos da Nova Lei não foram todos instituídos por Jesus Cristo, nosso Senhor; ou, que eles são mais, ou menos, do que sete, a saber; o Batismo, a Confirmação, a Eucaristia, Penitência, Extrema Unção, Ordem e Matrimónio; ou mesmo de que qualquer um destes sete não é verdadeira e propriamente um sacramento; seja anátema.”
CANON IV– Se alguém disser que os sacramentos da Nova Lei não são necessários para a salvação, mas supérfluo; e que, sem eles, ou sem o desejo dos mesmos, os homens obtêm de Deus, através da fé, a graça da justificação; – embora todos (os sacramentos) não são efetivamente necessários para cada indivíduo; seja anátema.
CANON VIII – Se alguém disser que pelos ditos sacramentos da Nova Lei de graça não é conferida através do ato realizado, mas que somente a fé na promessa divina é suficiente para a obtenção da graça; seja anátema.
Reparação
Reparação significa fazer as pazes, algo feito como uma compensação, para reparar algo que tenha sido danificado. É certamente bíblico fazer as pazes (reparação) os erros cometidos quando temos ofendido outra pessoa. Mas não é possível para nós reparar a Deus pelos nossos pecados. Isto é porque nós somos pecadores, e não somos capazes de manter a lei de Deus perfeitamente. Portanto, tudo o que fazemos, todos os nossos atos de justiça, são vistos como trapos imundos diante de Deus (Isaías 64:6) e procurar de alguma maneira fazer reparações a Deus pelos nossos pecados que não seja unicamente através do sacrifício de Cristo e nada mais. Tudo que é dito além disso é essencialmente um falso evangelho e está em violação as sagradas Escrituras. Gl. 2:16 diz, “no entanto, sabendo que um homem não é justificado pelas obras da Lei, mas pela fé em Cristo Jesus, temos também crido em Cristo Jesus, para que possamos ser justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da Lei, já que pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.”
Papa Pio XI (1857-1939)
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Seguem-se as cotações de uma encíclica (a carta escrita a partir do papa dirigida aos bispos) do Papa Pio XI, onde ele defende reparação pelos pecados cometidos contra o Sagrado Coração de Jesus. Por favor, note nas citações abaixo que o Papa pede que este princípio da reparação seja ensinado à Igreja Católica em geral.
O documento original está cheio de muitos ensinamentos não bíblicos, mas vamos nos concentrar em apenas alguns deles. No entanto, a citação é um pouco longa, mas é necessário para exemplificar o ensinamento bíblico. (O documento original é numerado por parágrafo, e as citações que são citadas aqui refletem esses mesmos parágrafos numerados).
“1… É o nosso prazer, Veneráveis Irmãos, falar com você por uma breve palavra concernentes ao honroso dever que todos nós devemos ao Sacratíssimo Coração de Jesus, com a intenção de que você, cada um de vocês, cuidadosamente possam ensinar seus próprios rebanhos aquelas coisas que foram definidas antes de você, e levá-los a colocar o mesmo na prática. 3. . . para promover o culto do Divino Coração que está erguido em todos os lugares… 6. .queremos dizer que o dever da honrosa satisfação ou reparação que deve ser prestado ao Sagrado Coração de Jesus. Porque, se a primeira e mais importante coisa na consagração é esta, que o amor da criatura deve ser dado em troca do amor do Criador, outras coisas decorrem desse fato, ou seja, que ao mesmo Amor incriado, se é que tem sido negligenciado por esquecimento ou violados por ofensas, algum tipo de compensação deve ser reparado pelas transgressões, e esta dívida é comumente chamado pelo nome de reparação. 7 . . . Agora, porém em ambas estas matérias somos impelidos pelos mesmos motivos, não obstante, estamos presos ao dever de reparação e expiação por um determinado título mais válido de justiça e de amor, de justiça, de fato, a fim de que o delito oferecido a Deus por nossos pecados possam ser expiados e que a ordem violada possa ser reparada pela penitência. . . . mas além disso, precisamos dar satisfação a Deus o justo vingador “, por nossos pecados e inumeráveis delitos e negligências “. 8 . . . Além disso, este dever de expiação é posto sobre toda a raça dos homens. . . E, de fato, mesmo desde o início, os homens de uma maneira reconheceram esta dívida comum de expiação e, liderados por um certo instinto natural, eles se esforçaram para apaziguar a Deus com sacrifícios públicos. 9 . . . e sendo feitos participantes de Seu sacerdócio eterno estamos a oferecer “dons e sacrifícios pelos pecados” (Hebreus v, 1). . . . mas todo o povo cristão, que foram chamados pelo Príncipe dos Apóstolos “a geração eleita, o sacerdócio real” deveriam oferecer sacrifício pelos pecados, tanto para si e para toda a humanidade (cf. Hebreus), da mesma forma que todos os sacerdotes e pontífice “tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas que tocam a Deus” (Hebreus v, 1) 12. . . A fim de que estas falhas possam ser lavadas, Ele [Jesus], em seguida, recomendou várias coisas a serem feitas, e em particular o mais agradável a Ele mesmo, ou seja, que os homens deveriam se aproximar do Altar com o propósito de expiar o pecado, fazendo o que é chamado de Comunhão reparadora, – e que deveriam igualmente fazer súplicas e orações expiatórias, prolongado por uma hora inteira, – “Hora Santa”, Estes exercícios piedosos foram aprovados pela Igreja e também foram enriquecidas com copiosas indulgências.
Análise
Para qualquer um familiarizado com a doutrina bíblica da justificação pela fé (ver versos acima), os ensinamentos do Papa Pio XI deve ser muito perturbador. Não há nenhuma maneira, ou possibilidade de sermos capazes de agradar a Deus através das nossas obras. É por isso que Jesus, que é Deus em carne, tornou-se um de nós para que Ele pudesse levar os nossos pecados na cruz. e porque ele fez isso, não precisamos de expiar, reparar os danos feito, ou apaziguar Deus de forma alguma. Dizer que precisamos é negar a suficiência do sacrifício expiatório de Cristo. Jesus disse na cruz: “Está consumado!” (João 19:30). Essa declaração era comumente usada durante essa época em documentos legais para indicar uma dívida que tinha sido pago na íntegra. Uma vez que foi paga na íntegra, não há nada que possamos fazer para agradar a Deus. Implicar que existe é ofensivo ao caráter de Deus. Jesus carregou os nossos pecados em Seu corpo na cruz (1 Pe. 2:24). Foi Jesus que se tornou pecado por nós (2 Co. 5:21) e fez tudo que era preciso fazer. Era necessário que Jesus fizesse o que não podíamos fazer. O Papa Pio XI contradiz o ensino bíblico da salvação pela graça através da fé. Se fosse necessário fazer as pazes ou reparações ou expiações para recebermos algum tipo de purificação dos nossos pecados, então por que Jesus teve que vir e morrer na cruz? Gl. 2:21 diz: “Não anulo a graça de Deus, porque, se a justiça vem mediante a lei, logo Cristo morreu desnecessariamente.”
Além disso, no parágrafo 9, como citado acima, o Papa Pio XI toma Hb. 5: 1 fora de contexto. Não somos nós que oferecemos os dons e sacrifícios pelos pecados como sua citação implica. Em vez disso, a passagem fala sobre o sumo sacerdote fazer isso: “Porque todo sumo sacerdote tomado dentre os homens é designado em favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados” (Hb 5:1). Ele aplicou de forma errada a Palavra de Deus, Ele por ser Papa, deveria conhecer melhor a palavra de Deus.
A verdade é que o que é ensinado aqui é consistente com outros ensinamentos da Igreja Católica Romana que se opõem à doutrina bíblica de que fomos justificados completamente e totalmente por meio da cruz de Cristo e que nós não podemos fazer nada para ganhar ou manter a Graça de Deus. O Papa Pio XI contradiz as Escrituras como faz muito do ensino católico romano.
- “Podemos esperar, pois, a glória do céu prometida por Deus aos que o amam e fazem sua vontade. Em qualquer circunstância, cada qual deve esperar, com a graça de Deus, “perseverar até o fim” e alcançar a alegria do céu comi recompensa eterna de Deus pelas boas obras praticadas com graça de Cristo,” (Catecismo da Igreja Católica(CIC), par. 1821).
- “Sob a moção do Espírito Santo e da caridade, podemos em seguida merecer para nós mesmos e para os outros as graças úteis à nossa santificação crescimento da graça e da caridade, e também para ganhar a vida eterna,” (CIC, 2010).
- “Como um meio de recuperar a graça e a justiça, a penitência era em todos os momentos necessária para aqueles que haviam contaminado suas almas com qualquer pecado mortal. . . (O Concílio de Trento, Se. XIV, c. i)
Conclusão
O Papa Pio XI não oferece nada de novo. Mas ele apenas reiterou o ensino incorreto da Igreja Católica Romana de que a nossa justiça diante de Deus pode ser reparada através de nossas obras. Esta é uma doutrina falsa e é uma das principais razões pelo qual a Reforma Protestante aconteceu. Os excessos e falsos ensinamentos da Igreja Católica Romana, particularmente na área da salvação, significa que a Igreja Católica Romana não é cristã.