AteismoDiálogos Apologéticos

O Argumento Transcendental para a existência de Deus

Esta é uma tentativa de demonstrar a existência de Deus usando as Leis da Lógica, também conhecidas como Leis do Pensamento ou Lógicas Absolutas1 O argumento simplificado que é expandido na forma de estrutura abaixo, é o seguinte: Existem lógicas absolutas. Estas lógicas são concebidas por natureza –não dependem de espaço, tempo, propriedades físicas ou natureza humana. Elas não são produto do universo físico (espaço, tempo, matéria) porque se o universo físico desaparecer, elas ainda seriam verdadeiras. Lógicas absolutas não são produtos da mente humana porque mentes humanas são diferentes –não absolutas-. Mas, uma vez que lógicas absolutas são sempre verdadeiras aonde quer que seja e não dependem da mente humana, uma mente transcendente absoluta deve cria-las. Essa mente, nós chamamos de Deus. Além disso, se existem apenas duas opções para explicar algo, por exemplo: Deus e nenhum Deus 2 3, e uma destas é negada, por exclusão a outra afirmação é validada. Por este motivo, parte do argumento é que a posição ateísta não pode explicar a existência de lógicas absolutas a partir de sua visão de mundo.

  1. Leis do Pensamento
  2. Lei da Identidade
  3. Algo é o que é, e não é aquilo que não é. O que existe tem natureza especifica.
  4. Por exemplo, uma nuvem é uma nuvem – e não uma rocha. Um peixe é um peixe –e não um carro.
  5. Lei da Não contradição
  6. Uma coisa não pode ser ao mesmo tempo verdadeira e falsa no mesmo sentido.
  7. Por exemplo, dizer que uma nuvem não é uma nuvem seria uma contradição, uma vez que violaria a primeira lei. A nuvem não pode ser o que é e o que não ao mesmo tempo.
  8. Lei do Terceiro Excluído
  9. Uma declaração ou é verdadeira ou é falsa, sem um meio termo.
  10. “Eu estou vivo” é verdade ou é mentira. “Estou grávida” é verdade ou é mentira.
  11. Nota Um: “Esta declaração é falsa” não é uma declaração válida (não logicamente verdadeira) uma vez que é auto refutada e é tratada pela Lei da Não contradição. Assim, não recai sob a categoria do Terceiro Excluído já que é uma auto contradição.
  12. Nota Dois: Se ignorássemos a Nota Um, existe um possível paradoxo aqui. A frase “esta declaração é falsa” não se encaixa nesta Lei já que se ela é verdadeira, então é falsa. Paradoxos acontecem somente quando temos lógicas absolutas. No entanto, o Terceiro Excluído é valido, exceto pela declaração paradoxal acima.
  13. Nota Três: Se novamente ignorássemos a Nota Um e admitirmos o paradoxo, então devemos reconhecer que paradoxos só existem sob o domínio de lógicas absolutas.
  14. Lógicas absolutas são declarações verdadeiras, tais como:
  15. Aquilo que existe tem atributos e natureza.
  16. Uma nuvem que existe e tem atributos como brancura, vapor, etc. Tem a natureza da água e do ar.
  17. Uma rocha é dura, pesada e é composta por seus materiais de rocha (granito, mármore, sedimento, etc.).
  18. Algo não pode ser o que é e o que não ao mesmo tempo.
  19. Declarar que uma rocha não é uma rocha, não pode ser verdadeiro.
  20. Nada pode trazer si mesmo a existência.
  21. Para que algo trouxesse a si mesmo a existência, tem que ter atributos que possibilitem a performance da ação. Mas se tem atributos, então já existe. Se algo não existe, não tem atributos e pode fazer nada. Assim sendo, não pode trazer a si mesmo a existência.
  22. A verdade não é auto contraditória.
  23. Não poderia ser verdade que você está lendo isto e não lendo ao mesmo tempo no mesmo sentido. É verdade ou é mentira que você está lendo isto.
  24. Portanto, lógicas absolutas são absolutamente verdadeiras. Elas não são subjetivamente verdadeiras; ou seja, elas não são algumas vezes verdadeiras e outras vezes falsas dependendo da situação. De outra forma, não seriam absolutas.
  25. As Leis do Pensamento formam a base para o discurso racional.
  26. Se essas leis não são absolutas, então a verdade não pode ser conhecida.
  27. Se essas leis não são absolutas, então não podem haver discursos racionais.
  28. Por exemplo, eu poderia dizer que um quadrado é um círculo (violando a lei da identidade), ou que eu estou e não estou vivo ao mesmo tempo (violando a lei da não contradição).
  29. Mas ninguém esperaria ter uma conversa sensata com alguém que falasse em declarações contraditórias.
  30. Se as Leis do Pensamento não são sempre verdadeiras, isto significaria que verdadeiramente algo pode contradizer a si mesmo, o que faria da verdade algo irreconhecível e do discurso racional impossível. Mas, dizer que algo pode contradizer-se não é verdadeiro.
  31. Porém, uma vez que sabemos que as coisas são verdadeiras (eu existo, você está lendo isto), então podemos concluir que declarações lógicas são verdadeiras. Do contrário não seriamos capazes de discutir racionalmente ou conhecer a verdade.
  32. Se as Leis do Pensamento não são a base para o discurso racional, então não podemos saber a verdade ou o erro, uma vez que as leis que governam a racionalidade não são absolutas. Isto permitiria que pessoas falassem irracionalmente, por exemplo: Azul dorme mais rápido que Quarta-feira.
  33. As Leis do Pensamento são transcendentais.
  34. Elas não dependem de espaço.
  35. E não deixam de ser verdadeiras dependendo de onde estão. Se viajarmos um milhão de anos-luz em uma direção, as Leis do pensamento ainda serão verdadeiras.
  36. As Leis do Pensamento não dependem de tempo.
  37. Elas não deixam de ser verdadeiras conforme o tempo. Se viajarmos um milhão de anos no futuro ou no passado, elas ainda serão verdadeiras.
  38. As Leis do Pensamento não dependem de pessoas. Isso significa que não são produtos do pensamento humano.
  39. A mente das pessoas é diferente. O que uma considera ser absoluto, pode não ser o que outra considera absoluto. Pessoas comumente contradizem umas às outras. Sendo assim, Leis do Pensamento não podem ser produtos da contraditória mente humana.
  40. Se elas assim o fossem, deixariam de existir se a humanidade deixasse de existir, o que significaria que seriam dependentes da mente humana. Mas isso não pode ser o mesmo no ponto anterior.
  41. As Leis do Pensamento não dependem do mundo material.
  42. Não são encontradas em átomos, movimentos, temperatura, debaixo de rochas, etc.
  43. Não podem ser fotografados, congelado, pesados ou mensurados.
  44. As Leis do Pensamento não são o produto do universo físico uma vez que isso significaria que elas eram contingentes de átomos, movimentos, temperatura, etc., e que sua natureza dependeria de existência física.

1.Se sua natureza dependesse de existência física, elas deixariam de existir assim que o universo físico deixasse de existir.

  1. Se lógicas absolutas fossem uma característica do universo, seriam mensuradas da mesma forma que temperatura, movimento, massa, etc. Uma vez que elas não podem ser mensuradas, não são então, uma característica do universo.
  2. Mas, se o universo não existisse, lógicas absolutas ainda seriam verdadeiras.
  3. Imagine por exemplo que o universo não existe, ainda seria verdade que uma coisa não pode trazer a si mesma a existência e que se A=B e B=C, então A=C. O estado do universo não afeta essas verdades.
  4. Por exemplo, se o universo não existisse ainda seria verdade que uma coisa não pode ser e não ser ela mesma ao mesmo tempo.
  5. Assim, as Leis do Pensamento não dependem do mundo material.
  6. As Leis do Pensamento são conceituais por natureza.
  7. Lógica é um processo da mente. Lógicas absolutas provem a estrutura para o processo de pensamento lógico. Dessa forma, parece apropriado dizer que lógica absolutas são conceituais por natureza, uma vez que lógicas absolutas são afirmações verdadeiras acerca de coisas lógicas.
  8. Se você discorda que as Leis do Pensamento são conceituais por natureza, por favor explique o que elas são, se não realidades conceituais.
  9. Se você não pode determinar o que elas são, então como você pode logicamente afirmar que elas não são realidades conceituais, já que a lógica é um processo da mente e as Leis do Pensamento são afirmações verdadeiras também produtos da mente? Expandido: Lógicas absolutas ou são conceituais por natureza, ou não são.
  10. Se elas são conceituais por natureza, então não dependem do universo físico para sua existência.
  11. Se elas são dependentes do universo físico para sua existência, então podem ser consideradas parte do universo do mesmo modo que a cor vermelha é parte de uma maçã?
  12. Se as Leis do Pensamento são parte do universo, então elas podem ser mensuradas da mesma forma que outras partes do universo podem ser mensuradas? Se não, então como elas podem ser parte do universo?
  13. Se elas não são parte do universo e sim da mente, seria então apropriado dizer que ela são conceituais por natureza, e que elas dependem da mente para sua existência.
  14. Se elas não são conceituais por natureza, então:

1.Qual é a sua natureza?

  1. Se é negado que lógicas absolutas sejam conceituais ou não conceituais, então isto é impossível porque “conceituais ou não conceituais” implica todas as opções possíveis. Lógicas absolutas são conceituais por natureza ou não são.
  2. Se elas não o são, então o que são? Se não é sabido o que elas são, então como pode ser dito o que elas não são uma vez que saber o que algo não é, implica em saber o que é?
  3. Por exemplo, eu sei o que é água. Se alguém disser que um pedaço de madeira é água, eu diria que não é. Se alguém disser que uma frigideira é água, eu diria que não é. Se alguém me dissesse que um “blagadu” (palavra que acabei de inventar e que representa algo desconhecido) é naturalmente duro, como eu poderia negar racionalmente tal afirmação dizendo “eu não sei o que é um blagadu, mas eu sei que não é duro”? A resposta seria “Já que você não sabe o que é, como sabe o que não é?” A resposta está certa ou errada?
  4. Os pensamentos refletem a mente.
  5. O pensamento de uma pessoa é produto da mente dessa pessoa.
  6. Uma mente irracional produzirá pensamentos irracionais.
  7. Uma mente racional produzirá pensamentos racionais.
  8. Parece justo dizer uma mente absolutamente perfeita produzirá pensamentos perfeitos.
  9. Uma vez que lógicas absolutas são transcendentais, absolutas, perfeitamente consistentes e independentes do universo, parece correto dizer que elas refletem uma mente transcendental, absoluta e independente.
  10. Chamamos esta mente transcendental, absoluta, perfeita e independente, de Deus; uma vez que um cérebro físico não é transcendente por natureza porque é limitado ao espaço físico, e Deus é, por definição, transcendente por natureza.
  11. Objeções respondidas

1.Lógicas absolutas são resultado da existência natural.

  1. Em qual sentido elas são produto da existência natural? Como os conceitos absolutos se formam como resultado da existência de matéria?
  2. Como um estado químico do cérebro físico que leva a outro estado físico do cérebro físico produz lógicas absolutas que não são dependentes do cérebro fisco para sua validação?
  3. Se elas são parte da existência natural (o universo), então elas deixariam de existir s o universo deixasse de existir.
  4. Isto não foi provado.
  5. Isto implica em a lógica ser parte da matéria física, mas isso já está no ponto 5, acima.
  6. Lógicas absolutas simplesmente existem.
  7. Voltamos ao ponto de partida ao dizer que lógicas absolutas existem porque existem, e não se tem explicações para sua existência. Simplesmente dizer que elas existem não é uma resposta.
  8. Lógicas absolutas são axiomas.

1.Um Axioma é uma verdade inquestionável. Quando dizemos que lógicas absolutas são axiomas, significa que elas são auto evidentes porque são verdades evidentes por si mesmas, criando uma raciocínio circular e falhando em explicar sua existência.

  1. Lógicas absolutas são convenções.
  2. Uma convenção, neste contexto, é um princípio acordado. Mas uma vez que as pessoas diferem naquilo que pensam ser verdade ou mentira, lógicas absolutas não podem ser produtos da mente humana e assim sendo, não são convenções humanas, isto é, acordos humanos.

2.Isto significaria que lógicas absolutas foram criadas como resultado de um acordo, por um número suficiente de pessoas. Mas isso significaria que lógicas absolutas são um produto da mente humana, o que não pode ser o caso já que a mente humana difere e é frequentemente contraditória. Não o bastante, a natureza das lógicas absolutas é a que elas transcendem espaço e tempo (não dependem de espaço e tempo para sua validação) e são absolutas (não mudam) por natureza. Assim, elas não podem ser um produto da mente humana, que é finita e não absoluta.

3.Isso significa que se mais tarde, alguém discordasse no que é uma lógica absoluta, então elas seriam mudadas por voto e deixariam de ser absolutas.

Lógicas absolutas são eternas.

1.O que significa declarar que elas são eternas?

2.Se uma pessoa diz que lógicas absolutas sempre existiram, então como elas poderiam existir sem uma mente (se a pessoa nega a existência de uma mente absoluta e transcendental)? Afinal, lógica é um processo mental.

6.Lógicas Absolutas são espontâneas.

1.Uma vez que a natureza da lógica é conceitual e lógicas absolutas formam a estrutura deste conceito no qual processos lógicos são baseados, seria lógico concluir que o único jeito de lógicas absolutas serem espontâneas é se existisse uma espontânea e absoluta mente por trás delas.

7.Lógicas absolutas são auto autenticadoras.

  1. Isso significa que lógicas absolutas validam a si mesmas. Embora isto seja verdade, não explica sua existência.

2.De novo temos um raciocínio circular, dizendo que elas são porque são.

8.Lógicas absolutas são como regras de xadrez, que não são absolutas e transcendentes

1.As regras do xadrez são invenções humanas desde que Xadrez é um jogo inventado por pessoas. De fato, as regras do xadrez mudaram com o passar dos anos, mas lógicas absolutas não. Então, a comparação das regras de xadrez com lógicas absolutas é inválida.

9.Existem diferentes tipos de lógica.

1.Dizer que existem diferentes tipos de lógica não explica a existência de lógicas absolutas.

  1. Em diferentes sistemas de lógica, deve haver princípios fundamentais sobre os quais esses sistemas se baseiam. Como esses princípios fundamentais são contabilizados? A mesma questão se aplica a eles como se aplicam a lógicas absolutas em lógica clássica.
  2. “Lógicas absolutas não precisam de uma existência transcendental: dizer ‘elas ainda seriam verdades mesmo que a matéria não existisse’ é irrelevante, porque estamos preocupados com sua existência e não sua validação lógica. Dizer ‘a ideia de um carro ainda existiria ainda que a matéria não existisse’ não implica que seu carro é transcendental (reductio ad absurdum).

1.Por que lógicas absolutas não precisam de existência transcendental? Simplesmente dizer que não precisam não torna isso verdade, nem conta sua existência.

  1. Por que é relevante dizer que elas ainda seriam verdadeiras mesmo que a matéria não existisse? Pelo contrário, é precisamente relevante para a discussão, uma vez eu estamos lidando com a natureza de lógicas absolutas que são realidades conceituais – e não físicas.
  2. A ilustração em que o carro ainda existiria sem que a matéria existisse é ilógico. Por definição, um carro é feito de matéria; e se a matéria não existisse, um carro não poderia existir. Em contraste, lógicas absolutas não são feitas de matéria. A objeção é invalida.
  3. “Abstrações lógicas não tem existência independente de nossas mentes. Elas são construídas em nossas mentes (ou seja, cérebros) e nós as usamos para transportar informações através de redes neurais, redes de silício, etc., sugeridas pelo fato de que a lógica –assim como a linguagem- é aprendida –não imputada. (Cabe a você apresentar uma existência independente ou um problema com isso.)” (… continua na próxima objeção…)
  4. Como você sabe que abstrações lógicas não existem independentes de nossas mentes? Dizer isso não o faz verdade. Este é precisamente um dos pontos sobre a natureza de lógicas absolutas; isto é, que elas são um processo da mente mas não dependem do corpo humano porque mentes humanas se contradizem. Isso impediria nossas mentes de serem autoras daquilo que logicamente absoluto. Não o bastante, se elas são construções de nossas mentes, então tudo o que tenho que fazer é cantar vitória com qualquer argumento porque é assim que eu construo minhas abstrações lógicas. Mas é claro que você não aceitaria isso como algo válido. Assim, isto demonstra que sua afirmação está errada.
  5. Como um ateu pode logicamente afirmar que um estado químico no cérebro que leva a outro estado requer inferência lógica apropriada? Parece um tanto quanto improvável e sem provas de qualquer tipo que lógicas absolutas são abstrações da mente humana.
  6. (… continuação da objeção anterior…) “Lógicas absolutas são absolutas e não por causa de alguma qualidade especial mas porque nós as julgamos usando lógica. Assim, seu absolutismo não vem de uma qualidade ontológica especial (erro de categoria de sua parte).”
  7. Isso é um raciocínio circular. Você usa lógica para demonstrar que lógicas absolutas são absolutas. Você não está dando uma razão racional para sua existência. Pelo contrário, você assume sua existência e argumenta de acordo.
  8. Não o bastante, quando você pressupõe a validade de lógicas absolutas para demonstrar que elas são absolutas, você contradiz sua afirmação na objeção anterior sobre elas serem construções da mente humana. O que não pode ser porque mentes humanas se contradizem onde lógicas absolutas não.

3.Onde está o erro de categoria? A natureza de lógicas absolutas é a que elas são conceituais. Isso é algo que eu já trouxe anteriormente para que suas categorias não se misturassem. A natureza de lógicas absolutas é exatamente relevante para a questão.

  1. (… continuação da objeção anterior…) “Lógicas absolutas podem ser descritas com precisão como convenções em comunicação. O fato de que elas são amplamente empregadas não implica em nada transcendental, não mais do que o amplo emprego da palavra “lolly” em inglês, que se refere a algo pequeno e gostoso, implicar que “lolly” é transcendental (não sequencial).”
  2. Dizer que elas são “amplamente empregada não implica em nada transcendental” é impreciso. Uma coisa transcendental, como lógicas absolutas, seriam naturalmente usadas de forma ampla porque são validas e transcendentes, de outra forma, elas não seriam usadas universalmente. Lógicas absolutas não são transcendentais porque são muito usadas.
  3. Isso ainda não explica a existência de lógicas absolutas.
  4. (… continuação da objeção anterior…) “Processos lógicos são claramente conduzidos por construções materiais, normalmente neurais ou elétricas. Elas fazem isso sem nenhum tipo de “entrada” ou “orientação” de algo transcendental, o eu nos faz pensar por que qualquer coisa transcendental é necessária na equação (verificação de realidade).”
  5. Você não definiu “construção material” ou o que você entende por construções neurais ou elétricas. Se você quis dizer um computador ou alguma coisa do tipo, isso não te ajuda porque humanos os criaram usando a lógica. Se você quis dizer que elas são um processo do cérebro humano, você continua sem resolver o problema de sua existência, uma vez que isso significaria que se nossas mentes não existissem, lógicas absolutas não existiriam. Mas isso implicaria em lógicas absolutas não serem transcendentais mas dependentes de mentes humanas. De novo, o problema seria que mentes humanas diferem e se contradizem. Assim, lógicas absolutas, que não são contraditórias, não podem ser produtos de mentes contraditórias.
  6. Como afirmado acima, como se estabelece que um estado químico no cérebro que leva a outro estado requer uma inferência lógica apropriada? Declarar isso não o faz verdade, e concluir que reações químicas levam a interferências lógicas não foi provado ser verdadeiro ou que isso se quer poderia acontecer realmente.
  7. Você não tem que conhecer a entrada ou entender a orientação de nada transcendental para que os transcendentais sejam verdadeiros.
  8. “Lógica é uma dessas características que todo humano saudável tem. Ela não varia de um pessoa para a outra pelas mesmas razões pelas quais o número de olhos é um valor que não varia no meio de humanos saudáveis.”
  9. Dizer que lógica é algo que qualquer um tem não explica a sua existência. Essencialmente, isso é entrar em um raciocínio circular declarando que um coisa existe porque existe.
  10. A analogia ao número de olhos é um erro de categoria. Olhos são órgãos. Diferentes organismos tem diferentes tipos de olhos e diferentes números de olhos. Lógica é consistente e independente de estruturas biológicas.
  11. Lógica é o resultado da semântica do idioma que nós escolhemos: uma declaração é um teorema de lógica se, e apenas se, é válida em todas as palavras concebíveis. Se o idioma é trivalente (verdadeiro/indeterminado/falso), a lei do terceiro excluído é invalida. A uniformidade do universo pode ser racionalmente esperada em um universo não teísta. Se não há ninguém por perto com o poder transcendental para muda-lo, por que o comportamento do universo hoje, deveria diferir de seu comportamento amanhã?
  12. “Semântica do idioma”. Semântica lida com o estudo do significado das palavras, seu desenvolvimento, mudanças no significado, e a interpretação das palavras, etc. Mas a semântica por natureza lida com a mudança das palavras e com a constante subjetividade da natureza da língua e suas estruturas. Dizer que lógicas absolutas são resultado do uso de significados subjetivos das palavras é um problema. Como lógicos absolutos derivam de estruturas semânticas não absolutas de línguas não absolutas? Não o bastante, declarar simplesmente qu lógica é o resultado da semântica do idioma não explica a natureza transcendental da lógica. Lembre-se, o argumento transcendental para a existência de Deus afirma que lógicas absolutas não dependem da existência humana – razões dada no começo do artigo. Uma vez que a língua, neste contexto, é um resultado da existência humana, o argumento sugeriria que lógica veio a existir quando a linguagem veio a existir. Mas isso invalida a natureza das lógicas absolutas e suas características transcendentais. Assim, essa objeção é invalida.
  13. Se a lógica é resultado da língua, então a lógica veio a existir com a linguagem. Isto não pode ser pelas razões mostradas acima.
  14. Se a lógica é resultado da língua e as regras da linguagem mudam, então podemos concluir que as leis da lógica também poderiam mudar? Se sim, então as leis da lógica não são leis, não são absolutas.
  15. Dizer que “uma declaração é um teorema da lógica” não conta como lógica mas pressupõe a existência da lógica. Este é um raciocínio circular.
  16. Apenas duas opções.
  17. Se nós temos apenas duas opções possíveis com que explicar alguma coisa e uma delas é descartada, por exclusão a outra opção é verificada uma vez que é impossível negar ambas das duas opções existentes.
  18. Ou Deus existe ou não existe. Não existe uma terceira opção.

3.Se a opção sem Deus, ateísmo, claramente falha na prova de Lógicas Absolutas em sua perspectiva, então é negada, e a outra opção é verificada.

  1. O ateísmo não pode explicar as condições prévias necessárias para a inteligibilidade, a saber, a existência de absolutos lógicos. Sendo assim, ele é invalidado como opção plausível e a outra única opção, a de que Deus existe, é validada.

1. Aprendi este argumento com o Dr.Greg Bahnsen em seu debate com Gordon Stein em “Deus existe?” Tenho me beneficiado grandemente dele e usado aqui. Você pode ouvir o debate (com áudio em Inglês) aqui: https://www.youtube.com/watch?v=anGAazNCfdY

2. Este é um par antonímico que não tem uma terceira opção. Ou existe um Deus, ou não existe um Deus. O politeísmo aceita a ideia de que há pelo menos um deus existindo, assim como fazem o panenteísmo e o panteísmo. Assim, são incluídos na posição de que existe um deus.

3. Algumas vezes eu atualizo artigos, constantemente em resposta ao criticismo ou apenas para um aperfeiçoamento. Atualizei este artigo em resposta à uma crítica que pode ser encontrada (em inglês) no seguinte link: http://wiki.ironchariots.org/index.php?title=Transcendental_argument, mencionando a conclusão aqui no início, 19/10/11. Já que modifiquei este argumento no passado, não estou certo sobre qual versão do artigo a crítica se refere uma vez que ela parece ignorar respostas as objeções incluídas no documento original.

Por Matt Slick- Tradução Myréa Freitas

Matt Slick

Matt Slick é o presidente e fundador do Christian Apologetics and Research Ministry. Formado em Ciências sociais pelo Concordia University, Irvine, CA, em 1988. Bacharel em ciências da religião e mestre em apologética pelo Westminster Theological Seminary in Escondido, Califórnia