Alguns cuidados ao fazer apologética cristã
A apologética é o ramo da teologia cristã que trata da defesa e estabelecimento da fé cristã. Isso significa que aqueles que defendem o cristianismo devem usar lógica, evidência, escrituras e sabedoria ao responder a objeções e desafios. Vemos isso evidenciado na Bíblia.
Atos 17:16-17: “Enquanto Paulo os esperava em Atenas, seu espírito se irritava nele, enquanto observava a cidade cheia de ídolos. Assim, discutia na sinagoga com os judeus e os gentios tementes a Deus, e todos os dias na praça com os que por acaso estavam presentes”.
2 Coríntios 10:5: “Destruímos as especulações e toda altivez levantada contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento à obediência de Cristo”.
1 Pedro 3:15, “mas santificai a Cristo como Senhor em vossos corações, estando sempre prontos a fazer uma defesa a todo aquele que vos pedir contas da esperança que há em vós, mas com mansidão e reverência”.
Fazer apologética pode exigir muito conhecimento em uma infinidade de tópicos, como filosofia, falácias lógicas, Escrituras, seitas, religiões falsas e teologia bíblica. Ao aplicar o conhecimento adquirido nessas áreas, significa que os apologistas geralmente estão corrigindo outras pessoas. Às vezes, essas correções podem ser numerosas e os apologistas podem parecer arrogantes. Às vezes são acusados de serem caçadores de heresias que só querem julgar as pessoas.
Mas, uma acusação de arrogância não significa que seja verdade. Às vezes as pessoas simplesmente não gostam de ser desafiadas e respondem atacando. No entanto, nós, apologistas, precisamos ter cuidado em não ter uma atitude de superioridade. Como cristãos, precisamos ser humildes ao apresentar a verdade da Palavra de Deus. Afinal, o conhecimento pode nos tornar arrogantes.
1 Coríntios 8:1: “Ora, quanto às coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que todos temos conhecimento. Porém, esse tipo de conhecimento produz orgulho, mas o amor nos faz crescer na fé.
Então, deixe-me listar algumas das áreas perigosas da apologética
1- Colocar Cristo em segundo lugar e a apologética em primeiro lugar.
2- A arrogância que se baseia no conhecimento e não combina com a humildade
3- Causar conflitos entre as pessoas quando não é necessário
3- Atitude crítica e condenatória
4- Desenvolver um estilo de vida argumentativo em vez de ser atencioso e paciente
5- Enxergar os incrédulos como oponentes em vez de almas perdidas, esquecendo assim a compaixão.
6- Ver os cristãos como oponentes quando eles não concordam com você sobre questões discutíveis
7- Rejeitar a companhia de quem discorda dela
8- O desejo de vitória sobre um argumento acima da conversão das almas
9- Preferir a precisão técnica à correção amorosa
Agora, não preciso me estender em cada uma dessas dez coisas. Elas são autoexplicativas. Nosso objetivo como cristãos é apresentar nossa fé e defesa com gentileza e respeito. Isso nem sempre é fácil de fazer, especialmente à luz de algumas das severas hostilidades que enfrentamos como cristãos. No entanto, vamos dar uma olhada no que as Escrituras dizem sobre nossa interação com aqueles que são contra o cristianismo.
Colossenses 4:5-6 “5 Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora; aproveitai ao máximo todas as oportunidades. 6A vossa maneira de falar seja sempre agradável e bem temperada com sal, a fim de saberdes como deveis responder a cada pessoa”.
2 Timóteo 2:24-25: “24Ao servo do Senhor não convém discutir, mas sim, ser amável para com todos, capacitado para ensinar, paciente. 25Deves saber corrigir com mansidão os que se te opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda o arrependimento, conduzindo-os ao pleno conhecimento da verdade,”.
Há tempo para palavras duras?
Existe um momento para ser forte e não gentil ao lidar com incrédulos? Sim existe. O próprio Jesus disse muitas coisas duras para as pessoas.
Mt. 15:7: “Hipócritas, com razão profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: 8 Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”. 9 ‘Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens”.
Mt. 23:16-17, “Ai de vós, guias cegos, que dizem: Quem jurar pelo templo, isso não é nada; mas quem jurar pelo ouro do templo, está obrigado.’ 17 “Tolos e cegos; o que é mais importante, o ouro ou o templo que santificou o ouro?”
Marcos 12:38-40, “Acautelai-vos dos escribas. Pois eles fazem questão de andar com roupas especiais e de receber saudações em praças públicas, de sentar-se nos lugares de maior destaque nas sinagogas, e ainda de ocupar as posições mais honrosas à mesa dos grandes banquetes. Eles devoram as casas das viúvas e, para dissimular, fazem longas orações. Estes, certamente, receberão condenação ainda mais severa!”.
Lucas 11:43-44, “Ai de vós, fariseus! Pois amais os lugares de honra nas sinagogas e as saudações em público! Ai de vós, porque sois como sepulturas que não são vistas, por sobre as quais os homens andam sem o saber!” Ai dos doutores da Lei!”.
Lucas 11:52, “Ai de vós, advogados da Lei! Porque vos apropriastes da chave do conhecimento. Contudo, vós mesmos não entrastes nem permitistes que entrassem aqueles que estavam prestes a entrar”.
João 8:44: “Vós pertenceis ao vosso pai, o Diabo; e quereis realizar os desejos de vosso pai. Ele foi assassino desde o princípio, e jamais se apoiou na verdade, porque não existe verdade alguma nele. Quando ele profere uma mentira, fala do que lhe é próprio, pois é um mentiroso e pai da mentira”.
João 8:55, “Todavia, vós ainda não o tendes conhecido, mas Eu o conheço. E se Eu disser que não o conheço, Eu serei um mentiroso, assim como vós. No entanto, Eu verdadeiramente o conheço e obedeço a sua Palavra.”
Como você pode ver nas palavras de Cristo, há um tempo para ser duro. No entanto, observe que Jesus estava se dirigindo aos falsos líderes religiosos que estavam desencaminhando outros. Sua condenação foi justa. Nós também podemos fazer julgamentos semelhantes, mas devemos garantir que entendemos com precisão a Palavra de Deus à luz de quaisquer proclamações potenciais de heresia. Na maioria das vezes, devemos ser gentis, mas há um momento para sermos fortes. Nossa força deve estar em Cristo e de acordo com a Palavra de Deus.
Conclusão: Proteja seu coração ao fazer apologética
O perigo da apologética, no contexto dos cristãos, é do coração. Afinal, o que acreditamos e o que está em nossos corações leva a ações e palavras. Portanto, devemos procurar ser humildes, pacientes e bondosos ao nos dirigirmos às pessoas, para que possamos trazer glória a Deus em todos os nossos encontros de testemunho.