Catolicismo

É Maria a Theotokos de Deus?

Por Matt Slick– Tradução David Brito.                                                            

A Igreja Católica Romana frequentemente refere-se à Maria como “Mãe de Deus”. A frase está associada com a palavra grega theotokos que significa Portadora de Deus. Destina-se a ser um termo de exaltação e reverência a Maria que deu a luz ao Messias e é especialmente usado pelos teólogos católicos.

Denominada nos Evangelhos “a Mãe de Jesus” (João 2,1;19,25), Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento de seu Filho, como “a Mãe de meu Senhor” (Lc 1,43). Com efeito, Aquele que ela concebeu como homem através do Espírito Santo, e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne não é outro senão o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos). (Parágrafos relacionados: 466,2677).

Agora, existe um problema com o termo. A frase, “Mãe de Deus”, não ocorre nas Escrituras. No entanto, a frase “mãe do meu Senhor” sim. “Mas, qual o motivo desta graça maravilhosa, que me venha visitar a mãe do meu Senhor?” (Lucas 1:43) Assim é o título, “Mãe de Deus”, garantido a Maria? Depende do que se entende pela expressão, bem como o que está ligado a ela.

Maria é chamada a mãe de Deus no Catecismo da Igreja Católica 29 vezes nos seguintes parágrafos: 466, 467, 469, 493, 495, 509, 721, 963, 966, 971, 975, 1014, 1020, 1138, 1161 , 1172, 1187, 1192, 1195, 2131, 2177, 2502, 2619, 2675, 2677, 2678, 2725, 2827, 2853. Nestes parágrafos que chamam Maria, mãe de Deus, vemos algumas declarações bastante ousadas sobre ela.

  1. “Maria, a Mãe de Deus toda santa, sempre Virgem, é a obra prima da missão do Filho. . . ” (CIC 721)
  2. “Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja” (CIC 975)
  3. “Nossa Senhora, a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos. . . ” (CIC 1161)
  4. “refletida na Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, nos anjos santos.. ” (CIC 2502)

Tais elogios exaltados a Maria não podem ser justificados a partir das Escrituras. Em vez disso, eles são invenções da Igreja Católica Romana. Sim, Maria deu à luz ao Messias, que é Deus em carne, mas ela não é a “mãe de Deus” no sentido de que ela era antes dEle e / ou superior a Ele como uma maternidade implica.

A Mãe de Deus

O próprio Deus é um ser supremo, e a inferência emocional de ser a “mãe de” alguém carrega com ela a autoridade sobre este alguém, além é claro de maturidade, e até superioridade. Estes falsos ensinos levaram a mais erros.

  1. Ela é chamada de “segunda Eva”, (Mystici Corpois Christ, par. 110)
  2. Eles veneram Maria, (CIC 971)
  3. Eles oram a Maria, (CIC 2679)
  4. “Maria está assentada ao lado direito de Deus,” (Pope Pius X, 1835-1914, Ad Diem Illum Laetissimum, 14)
  5. Maria está abaixo apenas de Jesus, (Manual para os Católicos de hoje, p. 31)
  1. ” de forma que nenhum homem vai a Cristo, a não ser por sua mãe,” (Vatican Website: Encyclical of Pope Leo 13th on the Rosary, Octobri Mense, Pope Leo 13th, 1903-1914)

Problemas com a “Mãe de Deus”

Como você pode ver a partir das citações acima, Maria é altamente exaltada. Junto com sua exaltação está a implicação de que Maria tem melhor acesso a Jesus, porque ela é sua mãe e Jesus vai ouvir a sua mãe. Já ouvi inúmeros católicos romanos me dizer isso. Adicione a isso o erro de que ninguém vai a Cristo, se não for através de Maria (Papa Leão 13º) Portanto, deve ficar claro, de que Maria está sendo idolatrada além do que é apropriado. É por isso que os defensores do catolicismo romano oram a Maria (CIC 2679). Este é um problema, porque isso leva as pessoas a colocarem suas esperanças, foco e orações em Maria, ao invés de Jesus Cristo. Isto é heresia e Idolatria.

Um problema adicional é encontrado quando comparamos Maria em relação à Trindade (o ensino de que há três pessoas na Divindade, o Pai, Filho e Espírito Santo). Quando a Igreja Católica diz que Maria é a “mãe de Deus”, há a possibilidade de Maria ser a mãe da Trindade. Uma vez que isto não é logicamente possível, os católicos teriam de entender o termo em um sentido diferente. Eles teriam que dizer que Maria é apenas a mãe da segunda pessoa da Trindade, o Verbo. Mas eles muito frequentemente não o fazem. Em vez disso, eles continuamente usam a frase, “mãe de Deus”, e deixam aberta a possibilidade de que de alguma forma Maria tem um relacionamento especial com o próprio Deus por ser a mãe de Cristo. Novamente, isso é perigoso, uma vez que incentiva as pessoas a tirar os olhos de Cristo e colocar em Maria uma criatura.

Deus é preeminente, o ser mais importante e louvável no universo. Deus não tem “mãe”. Ele é o criador de todas as coisas. A maternidade, por outro lado, é uma função biológica (como é utilizado no contexto de Maria no catolicismo romano), ninguém ao tratar com a essência e natureza de Deus o relacionaria com a maternidade, pois Deus não tem mãe. Não há nada, e ninguém antes dele, igual a Ele, ou que seja comparável a Ele. Devemos entender que Ele não divide a sua glória com ninguém.

Finalmente, o termo “mãe de Deus”, corre o risco de sugerir que Maria é de alguma forma divina e parte da Divindade. Até agora, a Igreja Católica Romana não ensina isso, mas há um movimento dentro de fiéis católicos para exaltar Maria ao nível da divindade. A Igreja Católica Romana, até agora, tem negado esta proposta, mas isso não significa que, mais tarde, não possa haver um movimento que consiga eleva-la a divindade ou semi-divindade. Afinal, considere as referências anteriores que a exaltam muito além do que as Escrituras ensinam. Se a Igreja Católica Romana pode ir além do que está escrito nas Escrituras (1 Coríntios 4: 6) em desrespeito a mesma, quem é que pode afirmar que a igreja católica não acabará por eleva-la ao status igual a de uma deusa?

 

Matt Slick

Matt Slick é o presidente e fundador do Christian Apologetics and Research Ministry. Formado em Ciências sociais pelo Concordia University, Irvine, CA, em 1988. Bacharel em ciências da religião e mestre em apologética pelo Westminster Theological Seminary in Escondido, Califórnia