PENITÊNCIAS
Tradução David Brito
A penitência, de acordo com a Igreja Católica Romana, é o sacramento da reconciliação que “restabelece uma relação correta entre Deus e um católico rebelde,”1 è algo que a pessoa faz. Penitência “sempre é, por sua própria natureza, uma ação litúrgica, portanto eclesial e pública,” (Catecismo da Igreja Católica, par. 1482) São estes ordinariamente os elementos da celebração: saudação e bênção do sacerdote, leitura da Palavra de Deus, “uma exortação ao arrependimento,” Confissão ao padre, e ” aceitação da penitência,” Absolvição de um padre, e a “oração de agradecimento,” (CIC, 1480). O catolicismo romano ensina que a penitência “é necessário para a salvação daqueles que caíram depois do Batismo, assim como o Batismo é necessário para os que ainda não foram regenerados ” (CIC, 980). “A penitência impele o pecador a suportar tudo de boa vontade. Em seu coração está o arrependimento; em sua boca, a acusação; em suas obras, plena humildade e proveitosa satisfação” (CIC, 1450). É parte do processo que restaura a pessoa a graça de Deus (CIC, 1468, 1496). Inclui obras de reparação (CIC, 1491). Ele limpa uma pessoa se preparando para confirmação para que ele possa receber o dom do Espírito Santo (CIC, 1310). Concilia a pessoa para com a Igreja Católica Romana (CIC, 1469). Penitência pode ser realizada para os mortos (CIC, 1032). E, com fé é parte do processo de conversão a Cristo (CIC,1470).
OS CINCO PASSOS PARA SER PERDOADO
De acordo com o Novo catecismo São José Baltimore, Vol. 1, 1969, p. 141, “Penitência é um sacramento pelo qual os pecados cometidos após o batismo estão perdoados”. E no parágrafo 171 em questão que, a fim de receber o sacramento da penitência dignamente o Católico Romano deve, em primeiro lugar, examinar sua consciência, em segundo lugar, se arrepender de seus pecados, terceiro, se conscientizar para não pecar novamente, quarto, confessar seus pecados ao sacerdote, e em quinto lugar, estar disposto a fazer a penitência, que o sacerdote dará para fazer. Assim, vemos que este chamado sacramento é um meio de ganhar o perdão de Deus dos nossos pecados. Isto está em contradição com as Escrituras. Um relacionamento correto com Deus é conseguido por meio da fé no sacrifício de Jesus Cristo, e não por nossas obras ou combinação de nossas obras e graça de Deus, porque nossas obras são nada mais do que trapos imundos (Isaias 64:6).
- “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus,”(Rm. 3:24).
- “Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça,” (Rm. 4:3).
- “Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça,” (Rm. 4:5).
- “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo,”(Rm. 5:1).
- “Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira,” (Rm. 5:9).
- “Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra,” (Rm. 11:6).
- “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus,” (Ef. 2:8).
Como você pode ver, a Bíblia nos ensina que somos reconciliados com Deus pela fé sem as obras. Note como a Bíblia contrasta a fé com as obras quando trata da reconciliação com Deus. A Bíblia rejeita obras de qualquer tipo como um meio de reconciliação com Deus. Você pode pensar que isto está bem claro para a Igreja Católica Romana. Mas, não está. O novo Catecismo de São José Baltimore, Vol. 2, 1969, p. 199 diz;
“Após confessarmos os nossos pecados, o sacerdote nos dará a penitencia, para que possamos fazer a expiação de nossos pecados, e evitar cometê-los no futuro “
O que é surpreendente nesta citação é não é o sacrifício de Cristo na cruz, que é o foco de expiação pelos nossos pecados, mas as obras do indivíduo através da penitência. Isto está em flagrante contradição com a Escritura, que diz que somos limpos de nossos pecados pelo sangue de Cristo – não por nossas obras.
- “Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?”(Hb. 9:14)
- “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1 Jo 1:7).
As Escrituras nos ensinam que o sangue de Cristo nos purifica de TODOS os pecados
Não alguns, não apenas uma parte, mas todos. Isso inclui os nossos pecados do passado, presente e futuro, e não é necessário ter nossos pecados perdoados através dos nossos próprios esforços.
- “Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde” (Gl. 2:21).
- “Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se fosse dada uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei. Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes” (Gl. 3:21-22).
- “Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra” (Rm. 11:6).
O ensino católico romano é totalmente errado, porque é contrário as Escrituras, pois usa as penitencias que são nada mais e nada menos que obras humanas como um meio de agradar a Deus e por Ele ser aceito.
Expiação dos pecados
Lembre-se o Catecismo Novo São José Baltimore, Vol. 2, 1969, p. 199, diz que a penitência (algum trabalho que você faz) faz expiação de pecados. Vejamos o que significa expiação. De acordo com Harpers Dicionário da Bíblia, a expiação é “o meio pelo qual a cadeia de culpa-punição produzido pela violação da vontade de Deus é quebrada, assim como o estado resultante da reconciliação (expiação) com Deus,”
No AT os sacerdotes faziam expiação pelos pecados do povo: ” E fará a este novilho, como fez ao novilho da expiação; assim lhe fará, e o sacerdote por eles fará propiciação, e lhes será perdoado o pecado,” (Lv. 4:20), ” Também queimará sobre o altar toda a sua gordura como gordura do sacrifício pacífico; assim o sacerdote por ele fará expiação do seu pecado, e lhe será perdoado,” (Lv. 4:26), “E o sacerdote fará expiação por ela diante do SENHOR, e será perdoada de qualquer das coisas que fez, tornando-se culpada ” (Lev. 6:7).
Assim, de acordo com o Antigo Testamento, a expiação traz o perdão dos pecados através dos sacrifícios de um Sacerdote. Mas o sistema do Antigo Testamento não está mais em vigor hoje, pois Cristo veio e ofereceu um sacrifício único e eterno, sendo Ele o nosso Sumo sacerdote. (Hb. 10:10-11). Os sacerdotes do Antigo Testamento não foram capazes de nos purificar através dos sacrifícios de animais (Hb. 10:4). Seus sacrifícios eram uma representação do verdadeiro sacrifício de Cristo (Hb. 8:3-5). Uma vez que agora temos um só e verdadeiro sacrifício, não precisamos mais nada para fazer já que a expiação foi feita por Jesus Cristo na cruz do calvário.
Podemos fazer Expiação pelos pecados de outras pessoas?
Há um sentimento o qual outros poderiam fazer expiação por outras pessoas. ” E aconteceu que no dia seguinte Moisés disse ao povo: Vós cometestes grande pecado. Agora, porém, subirei ao SENHOR; porventura farei propiciação por vosso pecado” (Ex 32:30). Também vemos isso explicado no Novo Testamento: “Certamente estávamos necessitados de um sacerdote como este: santo, inculpável, puro, apartado dos pecadores, exaltado acima dos céus. Diferentemente dos outros sumos sacerdotes, Ele não precisa oferecer sacrifícios dia após dia; que oferecem primeiro por seus próprios pecados e, somente depois, pelos pecados do povo. Porque no momento em que ofereceu a si mesmo, realizou esse sacrifício de uma vez por todas. Porquanto a Lei designa sumos sacerdotes a homens que têm fraquezas; mas o juramento, que veio depois da Lei estabelece por toda a eternidade o Filho, que foi aperfeiçoado”(Hb. 7:26-28).
Mas quando olhamos para o Novo Testamento, vemos que a obra expiatória para o pecado é centrado em torno do sacrifício de Jesus. Considerando que o Antigo Testamento tipificava a vindoura expiação. O Novo Testamento o realiza na pessoa de Cristo. O Antigo Testamento fez subsídios para que uma pessoa (ou seja, um sacerdote) fizesse expiação por outros, para que os seus pecados pudessem ser removidos (Lv. 4:20, 26, 6:7, etc.,), o Novo Testamento ensina que é somente Cristo que pode fazer a expiação pelo qual nossos pecados são removidos:
- “Ele levou pessoalmente todos os nossos pecados em seu próprio corpo sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e, então, pudéssemos viver para a justiça; por intermédio das suas feridas fostes curados” (1 Pe. 2:24).
- “qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas” (Hb. 1:3).
- ” Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo ” (Hb. 2:17).
- ” Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez. E assim todo o sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados; Mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus, ” (Hb. 10:10-12).
Conclusão
Podemos ver que o sistema católico romano da penitência é antibíblico, funciona num sistema baseado que mantém os fiéis reféns e em submissão à legislação sacramental da Igreja Católica. Em vez de a Igreja Católica Romana apontar para Cristo a fim de que possam obter o perdão dos pecados e a reconciliação com Deus, ensinam que uma pessoa deve executar obras para tornar-se aceito por Deus. Além disso, temos visto que as Escrituras ensinam claramente que a nossa posição e justiça com Deus não é baseada em qualquer coisa que façamos. Pelo contrário, as Escrituras ensinam claramente que somos justificados diante de Deus pela fé sem as obras. Não há nenhuma maneira pela qual sejamos capazes de remover nossos pecados através de qualquer esforço humano.
A Igreja Católica Romana ao adicionar esforços humanos à obra consumada de Cristo, a fim de que sejamos justificados perante Deus prega um falso evangelho.
“Contudo, ainda que nós ou mesmo um anjo dos céus vos anuncie um evangelho diferente do que já vos pregamos, seja considerado maldito! Conforme já vos revelei antes, declaro uma vez mais: qualquer pessoa que vos pregar um evangelho diferente daquele que já recebestes, seja amaldiçoado!” (Gl. 1:8-9)
·1.McCarthy, James G., The Gospel According to Rome, Eugene, OR: Harvest House Publisher, 1995, p. 76.
·2.Achtemeier, Paul J., Harper’s Bible Dictionary, San Francisco: Harper and Row, 1985.