Sola Scriptura significa que todos os protestantes devem concordar em tudo?
Por Matt Slick
Não, o ensino da Sola Scriptura não significa que todos os protestantes devem concordam em tudo. Sola Scriptura, que é o ensino de que a Bíblia é a autoridade final em todas as coisas que aborda, não significa que todos os protestantes devem concordar em cada detalhe.
Na verdade, as próprias Escrituras dizem que não somos obrigados a fazê-lo.
Romanos 14:1-5, “Aceitai o que é fraco na fé, sem a preocupação de debater assuntos controvertidos. Um crê que pode comer de tudo, e outro, cuja fé é fraca, come somente alimentos vegetais. Aquele que come de tudo não deve menosprezar o que não come, e quem não come de tudo não deve condenar quem come; pois Deus o aceitou. Quem és tu, que julgas o servo alheio? É para o seu senhor que ele está em pé ou cai. E permanecerá em pé, porquanto o Senhor é capaz de o sustentar.
Há quem considere um dia mais sagrado do que outro; outra pessoa pode entender que todos os dias são iguais. Cada um deve estar absolutamente convicto em sua própria mente.”
O apóstolo Paulo nos ensina que não devemos julgar questões discutíveis de opiniões
Ele diz no verso cinco, “deixe que cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente.” Isto significa que Deus deu a cada um de nós a liberdade de olhar para a sua Palavra e decidir por si mesmo o que é verdadeiro nestas áreas de debate.
Você vai notar que não há obrigatoriedade de submeter-se a qualquer igreja em particular e cumprir tudo o que diz no que diz respeito a interpretações particulares da escritura. Pois seria muito perigoso se uma igreja em particular (incluindo a Igreja Católica Romana) se apostatar, então todos serão forçados a acreditar no que ela ensina. Assim, seus membros não estariam autorizados a “estarem inteiramente convictos em suas próprias mentes.” Em vez disso, eles seriam obrigados a submeter-se a tudo o que a Igreja lhes diz para acreditar e jamais questioná-la. Mas, vemos em Romanos 14 que Paulo proporcionou uma proteção contra este tipo de coisa.
Veja por exemplo o que a Igreja católica diz a respeito
” . . ninguém, fundado na perspicácia própria, em coisas de fé e costumes necessárias à estrutura da doutrina cristã, torcendo a seu talante a Sagrada Escritura, ouse interpretar a mesma Sagrada Escritura contra aquele sentido, que [sempre] manteve e mantém a Santa Madre Igreja, a quem compete julgar sobre o verdadeiro sentido e interpretação das Sagradas Escrituras, ou também [ouse interpretá-la] contra o unânime consenso dos Padres, ainda que as interpretações em tempo algum venham a ser publicadas” (concílio ecumênico de Trento contra as inovações doutrinárias dos protestantes seção IV).
Pergunta: Quem tem mais autoridade, Trento ou as escrituras?
A Igreja Católica Romana nos dirá que só ela tem o direito de nos dizer o que as Escrituras significam, mas Romanos 14:5 não nos dizem para se submeter a uma estrutura de igreja global com um “magistério” que nos dirá em que acreditar.
Alias, nos diz justamente o contrário quando diz “deixe que cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente.” As escrituras contradizem o ensino católico romano que não podemos “interpretar a Sagrada Escritura ao contrário do que a Santa madre igreja declara. A posição Católica Romana é perigosa, uma vez que impede as pessoas de examinar as Escrituras e serem nobres de espírito, comparando o que diz a Palavra de Deus (Atos 17:11).
Portanto, se acreditamos que a Palavra de Deus nos diz, então não podemos também acreditar no que o Concílio de Trento ensina, porque o Concílio de Trento diz que não devemos ter opiniões bem definidas em nossas próprias mentes.
A Igreja Católica Romana contradiz a Escritura.