Catolicismo

A autoridade da Igreja Católica Romana para interpretar as Escrituras

Por Matt Slick– Tradução David Brito

 

“...decreta que ninguém, fundado na perspicácia própria, em coisas de fé e costumes necessárias à estrutura da doutrina cristã, torcendo a seu talante a Sagrada Escritura, ouse interpretar a mesma Sagrada Escritura contra aquele sentido, que [sempre] manteve e mantém a Santa Madre Igreja, a quem compete julgar sobre o verdadeiro sentido e interpretação das Sagradas Escrituras, ou também [ouse interpretá-la] contra o unânime consenso dos Padres, ainda que as interpretações em tempo algum venham a ser publicadas” (Trento, Sessão 4, Decreto referente a edição, e do Uso, dos Livros Sagrados)

A Igreja Católica Romana está nos dizendo que quando se trata de fé, moral e doutrina, os cristãos não estão autorizados a interpretar as Escrituras em contradição com a forma como a Igreja Católica Romana interpreta.

Isso significa que não há nenhuma maneira para os católicos de saber se a Igreja Católica Romana é falsa porque eles são obrigados a não contradizer a ICAR ao examinar as Escrituras. Devem submeter-se a tudo o que ela diz, e oque ela diz, é interpretação bíblica apropriada. Isso significa que o católico deve ceder a qualquer e todos os ensinamentos oficiais que sua igreja proclamar nas áreas de fé, moral e doutrina. Mas, se tal submissão fiel à sua autoridade de ensino é verdadeira, por que Paulo fala em contrário?

Ora, ao que é fraco na fé, acolhei-o, mas não para condenar-lhe os escrúpulos. Um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come só legumes. Quem come não despreze a quem não come; e quem não come não julgue a quem come; pois Deus o acolheu. Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é o Senhor para o firmar. Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. E quem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus” (Romanos 14:1-6).

Paulo está falando de leis dietéticas (comer, jejum, etc.,) e dias de adoração. Considere o que o versículo cinco diz: “Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. . . ” Paulo deve estar incluindo os dias de culto desde que ele menciona “um dia acima de outro.” Além disso, não é o sábado também incluído no “todos os dias”? Claro, por isso esta é uma questão de doutrina. No entanto, Paulo não nos diz para se submeter a um magistério para nos dizer sobre a doutrina. Ao contrário, ele diz que uma pessoa deve ser “convicto em sua própria mente.” Como isso pode ser possível se nós tivermos que submeter-nos a tudo o que a Igreja Católica Romana ensina a respeito de tais doutrinas?

O que significa estar inteiramente convicto em sua própria mente? Se o indivíduo Católico interpretar a frase para dizer que uma pessoa pode tomar sua própria decisão sobre esta doutrina, ele estará contradizendo o que o Concílio de Trento disse. Mas, se ele se submete ao que o Concílio de Trento diz então ele não está autorizado a olhar para as Escrituras a fim de que “esteja inteiramente convicto em sua própria mente”,  a menos que ele sempre esteja de acordo com a Igreja Católica Romana! Na realidade, ele é obrigado a submeter-se e apenas acreditar no que lhe é dito. Isto é, naturalmente perigoso, porque remove da pessoa o direito de “examinar as Escrituras diariamente, para ver se estas coisas eram assim,” (Atos 17:11). Isso invalida efetivamente qualquer possibilidade do católico romano discernir usando a palavra de Deus, se a Igreja Católica está ou não ensinando a verdade.

Perguntas para os Católicos

  1. Será que a frase, “estar inteiramente convicto em sua própria mente,” significa que uma pessoa é capaz de olhar para as Escrituras e estar plenamente convencido de acordo com o que ela vê que diz? Se não, por que não? 

 

  1. Se a frase: “Cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente.”, Significa que ele é capaz de interpretar as Escrituras por conta própria, o que ele deve fazer se ele acreditar que o que ele vê nas Escrituras contradiz os ensinamentos da Igreja Católica Romana?

 

  1. Se a frase, “Cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente”, significa que ele é capaz de interpretar as Escrituras por si próprias, então não estaria ele contradizendo o ensinamento oficial da Igreja Católica Romana, que nega o direito de interpretar a Palavra de Deus a respeito de fé, moral e doutrina de uma forma incompatível com o que ela proclama? 
Matt Slick
Sobre o autor
Matt Slick Presidente e fundador do the Christian Apologetics and Research Ministry.

Matt Slick

Matt Slick é o presidente e fundador do Christian Apologetics and Research Ministry. Formado em Ciências sociais pelo Concordia University, Irvine, CA, em 1988. Bacharel em ciências da religião e mestre em apologética pelo Westminster Theological Seminary in Escondido, Califórnia