Apologética

Os pastores devem pregar sobre política?

 

Sim, pastores devem pregar sobre política do púlpito, porque todas as áreas estão sob o domínio do Senhor (Ef 1:11; Rm 8:28; Salmo 103:19). O pregador cristão é obrigado a falar a verdade em todas as áreas da vida, e isso certamente inclui a política. A política não tem passe livre porque a moral influencia as decisões políticas, e a única base da moral adequada está no Deus Trino, YHWH. Além disso, se um pastor tem medo de ofender as pessoas pregando sobre questões políticas ou não quer perder o status de isenção de impostos da igreja, então ele deve reconsiderar seu chamado ao púlpito. A noção de que a verdade da Palavra de Deus nunca deve ofender ninguém não se encontra nas Escrituras. De fato, a verdade bíblica frequentemente confronta e expõe os erros de uma cultura saturada pelo secularismo.

O papel do pastor é equipar os santos para a obra do ministério (Efésios 4:12). Isso significa que o pastor deve ensinar e pregar sobre todos os tópicos abordados nas Escrituras — incluindo os políticos (listados abaixo). O pregador fiel deve aplicar todo o conselho de Deus à igreja, orientando os fiéis sobre como a verdade de Deus se aplica a todas as áreas da vida, incluindo a política.

Deixe-me repetir. Nada nas Escrituras coloca a política fora do domínio da soberania do Senhor Jesus Cristo. Ele é Senhor de todas as coisas — não apenas da igreja. Em nenhum lugar as Escrituras ordenam que os crentes cedam a arena política aos secularistas ou permaneçam em silêncio enquanto influências ímpias moldam a sociedade. Porque Jesus é Senhor de tudo e nós somos Seus servos, os cristãos — e especialmente os pastores — devem abordar questões políticas quando necessário. O pastor tem o dever de falar sobre questões políticas do púlpito quando as circunstâncias o exigirem. Além disso, o conceito de separação estrita entre igreja e estado não é uma doutrina bíblica; de fato, se um pastor se recusa a abordar questões políticas do púlpito, isso pode ser um motivo válido para buscar uma igreja diferente. A exposição fiel das Escrituras incluirá necessariamente o confronto de ideias e ações políticas — porque elas incluem a moral. A Palavra de Deus fala a todas as áreas da vida. Consideremos o que Deus diz em Sua Palavra.

Jesus disse para dar ao governo o que lhe é devido .

    • Mateus 22:21, “Responderam-lhe: De César. Então, ele lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”

João Batista dirigiu-se a líderes governamentais e políticos.

      • Lucas 3:12–14: “Vieram também alguns publicanos para serem batizados, e lhe perguntaram: Mestre, que faremos? 13 Respondeu-lhes ele: Não cobreis mais do que vos foi ordenado. 14 Alguns soldados o interrogaram, dizendo: E nós, que faremos? Respondeu-lhes ele: A ninguém abuseis, nem deis denúncia falsa; e contentai-vos com o vosso soldo.”
      • Mateus 14:3–4, “Pois, tendo Herodes mandado prender João, amarrou-o e o lançou na prisão por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe. 4 Pois João lhe dizia: Não te é lícito possuí-la.”

Paulo diz para nos submetermos às autoridades governamentais.

        • Romanos 13:1–2: “Toda pessoa esteja sujeita às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram estabelecidas por Deus. 2 Portanto, quem se opõe à autoridade se opõe à ordenação de Deus; e os que se opõem trarão sobre si mesmos condenação.”
        • 1 Pedro 2:14, “ou aos governadores, como por ele enviados para punição dos malfeitores e louvor dos que praticam o bem”.

Se os versículos acima não o convencerem de que pregar sobre política e líderes políticos é bíblico, talvez nada o faça. No entanto, existem outros versículos que abordam temas governamentais. De fato, eles nos dizem como o governo deve operar – e o pastor deve ensinar esses princípios!

  • Liberdade de expressão (Pv 31:8-9; Gl 4:16; Cl 4:6; Sl 19:14).
  • O direito de fazer com suas propriedades o que cada indivíduo deseja (Atos 5:4).
  • Uma forma representativa de governo liderada por pessoas piedosas (Êx. 18:21-22; Dt. 1:13),
  • Autogoverno (Mt 18:15-17)
  • Direitos de propriedade privada (Êx. 20:17).
  • A liberdade de agir livremente (2 Coríntios 3:17; 1 Pedro 2:16).
  • O direito de portar armas para auto defesa (Lucas 22:36)
  • A prática dos princípios capitalistas (Mt 21:33-41; 25:14-30).
  • Um julgamento justo com testemunhas (Dt 19:15; Mt 18:16).
  • Para que estrangeiros não nos governem (Dt 17:14–15).
  • O direito de tributação em apoio ao governo (Lucas 20:24–25).
  • Fronteiras seguras (Ne 2:17).

Até agora, esses princípios estão entrelaçados na estrutura de governo do Brasil. Poucos percebem que são privilégios bíblicos dos quais desfrutamos.

Partidos Políticos e Valores Morais

Os pastores têm a responsabilidade de abordar as posições morais dos partidos políticos e de dizer às suas congregações que os cristãos não devem se aliar a nenhum partido político que apoie ou promova abertamente comportamentos pecaminososNo Brasil, por exemplo, existem partidos que defendem o aborto, o movimento LGBTQIA+ (que inclui a normalização da homossexualidade e a redefinição do casamento), restrições à autoridade parental, reduções nas liberdades religiosas, a redistribuição de riqueza (socialismo) e a restrição da liberdade de expressão. Nenhum cristão sincero deve se identificar com qualquer partido que defenda tais posições, e essa verdade deve ser transmitida claramente do púlpito.

O pecado e o erro devem ser expostos e condenados onde quer que sejam encontrados, independentemente da filiação política. Se pregar fielmente a Palavra exige abordar a política, que assim seja. Novamente, os pregadores cristãos são chamados a proclamar a verdade com ousadia em todas as esferas da vida, sem hesitação, sem concessões e sempre para a glória do Senhor Jesus Cristo. Eles não devem se acovardar diante das ameaças do governo, nem permitir que o medo de perder o status de organização sem fins lucrativos silencie a verdade. Todo o conselho de Deus deve ser pregado do púlpito — independentemente do custo.

Lucas 9:23 “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me.

 

 

Matt Slick

Matt Slick é o presidente e fundador do Christian Apologetics and Research Ministry. Formado em Ciências sociais pelo Concordia University, Irvine, CA, em 1988. Bacharel em ciências da religião e mestre em apologética pelo Westminster Theological Seminary in Escondido, Califórnia