Apologética

Quais são alguns sinais de uma péssima “igreja”

Há muitos sinais de uma péssima igreja. Embora nem todos os sinais sejam comuns a todas as “igrejas ruins”, existem princípios gerais que podemos observar. Basicamente, quando uma congregação local, ou mesmo uma denominação, deixa de se concentrar na glória do Senhor Jesus Cristo e na pregação do evangelho e passa a se concentrar em sermões de autoajuda, isso é o início da apostasia. Algumas igrejas enfatizam o entretenimento, mensagens positivas e o direito (você merece uma vida boa), em que o sucesso é medido pelo número de pessoas que frequentam. Tudo isso decorre da falta de crença na supremacia, autoridade e poder da Palavra de Deus. Como resultado, as pessoas se reúnem por hábito social, em vez de estarem preparadas para o trabalho do ministério.

A seguir está uma lista de alguns problemas típicos encontrados em igrejas.

  1. Ausência de foco no Ministério de Cristo
    1.  Jesus ensinou que devemos amar e adorar a Deus (Mt 22:37-38), amar os outros (Mt 22:39; João 13:34), ser compassivos (Mt 9:36; 14:14; Marcos 1:41; Lucas 7:13), mostrar humildade (Marcos 10:43-45; João 13:14-15), demonstrar amor sacrificial (João 15:12-13; Efésios 5:2), arrependimento (Mt 4:17; Marcos 1:15; Lucas 5:32), aprender sobre Deus (Mt 11:29; João 17:3), orar a Deus (Lucas 11:2-4), evangelizar e discipular (Mt 5:14-16; 28:19-20), etc.
  2. Liderança Autoritária
    1. Líderes que se recusam a prestar contas interpretam as escrituras de maneira favorável à sua autoridade e controle.
    2. A autoridade está nas mãos de uma só pessoa. Isso é condenado nas Escrituras (ver Ezequiel 34:1-10; 1 Pedro 5:1-4). Nota: Algumas igrejas são tão pequenas que há apenas um presbítero(ou pastor) Mas, mesmo assim, deve haver homens na congregação que defendam a verdade, para que o “poder” da igreja não resida em uma só pessoa, ou em uma família como no caso das Assembleias de Deus
  3. Corrupção na Liderança
    1. Líderes que se envolvem ou ignoram o pecado dentro de sua liderança e da congregação. Isso é semelhante ao relato bíblico dos filhos de Eli (1 Samuel 2:12-4:11), sinalizando um afastamento dos padrões divinos.
    2. Algumas igrejas têm anciãos/pastores que se envolveram em imoralidade sexual e pornografia, exigindo que os membros “auxiliem” o pastor em sua casa ou propriedade.
    3. Alguns líderes da igreja deixam de abordar as transgressões na congregação (quando elas vêm à tona), em vez de lidar com elas biblicamente (Mt 18).
  4. Pregação fraca
    1. Sermões que não são centrados na obra de Cristo (João 5:39), mas promovem princípios morais gerais.
    2. Sermões que são substancialmente ilustrações, anedotas e histórias.
    3. Sermões de autoajuda que transformam a palavra de Deus em um guia passo a passo com foco no sucesso em vez de arrependimento, aprendizado e aplicação da verdade bíblica.
    4. Usar as escrituras como plataforma de lançamento para doutrinas favoritas e não abordar o que o texto realmente diz.
  5. Pregação que se desvia da palavra de Deus, como…
    1. Elevar os “direitos divinos” da pessoa à saúde e à riqueza,
    2. Uma crença de troca de favores, segundo a qual, se você doar financeiramente, terá retornos financeiros garantidos.
    3. Concentrando-se no ganho material como medida de sucesso espiritual.
    4. Uma atitude de direito que leva ao orgulho espiritual.
    5. Pregar o que substitui a verdade bíblica por interesses pessoais ou mundanos. Paulo alerta sobre isso em Gálatas 1:6-9 e 2 Timóteo 4:3-4.
  6. Abuso espiritual:
    1. Alguns sinais de abuso espiritual incluem manipular ou intimidar membros para obter obediência, desencorajar perguntas, suprimir críticas e tratar aqueles que discordam como inimigos.
    2. Os líderes podem criar um clima de medo ou pressão por conformidade.
  7. Pregação moralista
    1. Pregação que se concentra em fazer o bem pelo simples fato de fazer o bem, em vez de glorificar a Deus e experimentar o poder transformador do Espírito Santo.
    2. A pregação moralista é frequentemente apresentada como uma lista de coisas que devem e não devem ser feitas, que não estão ancoradas na obra redentora de Cristo na cruz, onde o crente é chamado ao arrependimento.
    3. Em vez de apontar os congregantes para o sacrifício de Cristo como o fundamento da vida cristã, onde os crentes foram “comprados com o seu próprio sangue” (Atos 20:28), ele se concentra no esforço humano.
    4. A verdadeira pregação bíblica, por outro lado, nos chama a glorificar a Cristo em nossas vidas, enraizando a obediência no que Ele realizou por nós e em nosso relacionamento contínuo com Ele.
  8. Ceder às pressões culturais e antibíblicas
    1. Aprovar a agenda LGBTQ, demonstrar apoio exibindo bandeiras do arco-íris, etc. Embora uma igreja deva acolher todas as pessoas, os cristãos não devem apoiar comportamentos pecaminosos.
    2. Incrédulos liderando na adoração. Infelizmente, isso é mais comum do que se imagina.
    3. Travestis na vida privada liderando cultos. Sim, é isso mesmo. Acredite ou não, tais coisas acontecem. Elas desqualificam uma pessoa para o serviço na igreja (Dt 22:5).
    4. Casais não casados ​​que vivem juntos e servem na igreja. Este pecado de fornicação não deve ser apoiado, permitindo-lhes servir como porteiros, administrar a comunhão, ajudar nas coletas, realizar tarefas administrativas da igreja, etc.
  9. Tomada de decisão secreta:
    1. Política, favoritismo, decisões secretas e agendas egoístas refletem pecado em vez de unidade bíblica.
    2. Se alguma coisa for feita isoladamente (além de proteger os fiéis), isso é uma preocupação.
  10. Mordidão espiritual
    1. Os sinais incluem falta de oração genuína, doações sem alegria, diminuição da frequência e um testemunho evangelístico moribundo.

 

TópicosDescrição / ExemplosEscrituras Chave
Ausência de foco no ministério de CristoNão consegue se concentrar nos ensinamentos de Jesus, como amar e adorar a Deus, amar os outros, ter compaixão, humildade,
Amor sacrificial, arrependimento e discipulado.
Mateus 22:37-39; João 13:34; Mateus 9:36; 14:14; Marcos 1:41; Lucas 7:13; Marcos 10:43-45; João 13:14-15; João 15:12-13; Efésios 5:2; Mateus 4:17; Marcos 1:15; Lucas 5:32; Mateus 11:29; João 17:3; Lucas 11:2-4; Mateus 5:14-16; 28:19-20
Liderança AutoritáriaLíderes rejeitam a responsabilidade e usam as Escrituras para manter controle ou poder. A autoridade está centrada em uma pessoa, ao contrário dos modelos bíblicos de liderança.Ezequiel 34:1-10; 1 Pedro 5:1-4
Corrupção na LiderançaTolerar ou participar do pecado, incluindo a imoralidade, ou ignorar a disciplina da igreja. Os filhos de Eli são um exemplo dessa corrupção.1 Samuel 2:12–4:11; Mateus 18
Pregação Fraca ou SuperficialSermões com foco moral, motivacional ou de autoajuda, em vez de centrados em Cristo. As Escrituras são usadas como trampolim para ideias pessoais em vez de serem ensinadas fielmente.João 5:39; Gálatas 1:6-9; 2 Timóteo 4:3-4
Mensagem de saúde e riqueza/prosperidadeEleva os “direitos divinos” pessoais à saúde e à riqueza, afirma que a doação garante retorno financeiro e mede a espiritualidade pelo sucesso material. Promove o direito e o orgulho.Gálatas 1:6-9; 2 Timóteo 4:3-4
Abuso espiritualUso de manipulação, intimidação, supressão de dissidência ou criação de medo para manter o controle.Princípios bíblicos gerais de liderança, humildade e mordomia (cf. Marcos 10:42-45; 1 Pedro 5:2-3).
Pregação moralistaConcentra-se no aprimoramento moral — listas de coisas que se deve e não se deve fazer — sem conectar a obediência à obra redentora de Cristo. Enfatiza o esforço humano em vez da graça e do poder do Espírito.Atos 20:28; Gálatas 2:20; Filipenses 2:13
Cedendo à pressão cultural ou antibíblicaEndossar comportamentos antibíblicos (por exemplo, afirmar o pecado sexual, permitir incrédulos na liderança, ignorar os padrões bíblicos de serviço).Deuteronômio 22:5; Romanos 1:26-27; 1 Coríntios 5:11-13
Tomada de decisão secretaLiderança tomando decisões com motivos ocultos, favoritismo ou agendas políticas em vez de transparência e unidade.Provérbios 11:14; 2 Coríntios 8:21
Mordidão espiritualEvidenciado pela falta de oração, doações sem alegria, rara comunhão e declínio no zelo evangelístico.Apocalipse 3:1-2; 1 Tessalonicenses 5:16-18

 

 

 

Matt Slick

Matt Slick é o presidente e fundador do Christian Apologetics and Research Ministry. Formado em Ciências sociais pelo Concordia University, Irvine, CA, em 1988. Bacharel em ciências da religião e mestre em apologética pelo Westminster Theological Seminary in Escondido, Califórnia