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Se tudo precisa de um criador, então quem ou o que criou Deus?

 

Por Matt Slick

Esta questão é logicamente problemática. Se tudo precisa de um criador, não importa o que exista, ele deve ter sido criado. Além disso, ser criado significa que alguém ou algo teve que criá-lo. Mas então, quem criou o criador e assim por diante? Logicamente, isso significaria que haveria uma regressão infinita dos criadores (causas anteriores), e nunca seríamos capazes de encontrar a primeira causa não causada, pois, por definição (a questão diz que “tudo precisa de um criador”) não haveria qualquer causa não causada. 

Isso significaria que a sequência de criações é eterna. Mas, se existe uma eterna regressão dos criadores, então quem criou a regressão infinita dos criadores? Lembre-se, a questão pressupõe que todas as coisas precisam de um criador – até mesmo a sequência eterna dos criadores – que se torna logicamente absurda. Além disso, se há uma eterna regressão de criadores que são eternos, então a questão não é respondida. 

De fato, não pode ser respondida, já que sua fraqueza é que “todas as coisas precisam de um criador”. Claro, isso apenas levanta a questão de como o processo começou? Portanto, a questão apenas levanta o mesmo problema que ele pede, e é uma questão que, por sua própria concepção, não pode ser respondida. Portanto, é inválida.

A questão é mais bem formulada como uma declaração:

“Tudo o que surgiu é trazido à existência por outra coisa”.

 Esta é uma afirmação mais lógica e não é elaborada com as dificuldades da questão inicial. Na declaração revisada, “Tudo o que surgiu” implica que a coisa que “passou a existir” já não existia. Se ainda não existia, mas veio à existência, então algo teve que trazê-lo à existência porque algo que não existe não pode se trazer à existência (um absoluto lógico).

 Isso empurra a regressão dos criadores de volta ao que chamamos de “causa não causada”  já que não pode haver uma regressão infinita de criadores como discutido acima e uma vez que um número infinito de criadores significaria que havia um número infinito de criações e coisas criadas, incluindo coisas que não podem ser destruídas, uma vez que elas constituiriam coisas que existem. Se é assim, então o universo teria um número infinito de coisas criadas nele; e estaria cheio. Mas não está cheio. Portanto, não houve uma regressão infinita de criações.

Por definição, o Deus cristão nunca veio a existir; isto é, Ele é a causa não causada ( Salmos 90: 2 ). Ele sempre existiu e é Ele quem criou o espaço, o tempo e a matéria. Isso significa que o Deus cristão é a causa não causada e é o criador supremo. Isso elimina o problema da regressão infinita.

Alguns podem perguntar: “Mas quem criou Deus?” A resposta é que, por definição, ele não é criado; Ele é eterno. Ele é Aquele que trouxe tempo, espaço e matéria para a existência. Uma vez que o conceito de causalidade lida com o espaço, tempo e matéria e como Deus é quem trouxe o espaço, o tempo e a matéria para a existência, o conceito de causalidade não se aplica a Deus, pois é algo relacionado à realidade do espaço, tempo e matéria. Como Deus é antes do espaço, tempo e matéria, a questão da causalidade não se aplica a ele.

 

Matt Slick

Matt Slick é o presidente e fundador do Christian Apologetics and Research Ministry. Formado em Ciências sociais pelo Concordia University, Irvine, CA, em 1988. Bacharel em ciências da religião e mestre em apologética pelo Westminster Theological Seminary in Escondido, Califórnia