Universalismo

O castigo eterno nega a justiça de Deus?

Alguns dos proponentes do Universalismo afirmam que a punição eterna não pode ser verdadeira porque se Deus amaldiçoasse alguém eternamente, isso significaria que a punição nunca seria completa. Portanto, Deus jamais ficaria satisfeito, Seu julgamento e a sua justiça jamais é completa. O primeiro problema com essa objeção é a ideia de que o julgamento eterno de Deus necessariamente deve ter um fim. Se for um castigo eterno, não terá fim. “E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna” (Mt.25:46) Nem todos os julgamentos e punições terminam. 

Considere uma pessoa que é executada por um crime capital. Seu castigo é a morte. Na verdade, é um julgamento eterno. O julgamento se completa com o cumprimento de uma sentença: a execução. A sentença tem uma duração eterna que não terminará e, ao mesmo tempo, o julgamento foi cumprido. O julgamento, em si mesmo, é eterno por definição e isso não significa que não seja satisfeito ou realizado. A sentença eterna de morte foi cumprida e ainda está em vigor. Portanto, podemos ver que uma punição com resultado eterno pode ser uma realidade absolutamente válida.

Em segundo lugar, não é logicamente necessário que uma punição eterna sobre um pecador seja um julgamento insuficiente ou não realizado. É igualmente lógico dizer que a justiça infinita de Deus é devidamente realizada com uma punição infinita. Afinal, uma ofensa de valor infinito exigiria uma punição infinita.

Terceiro, seria uma injustiça para com a infinita justiça e santidade de Deus que a punição do pecador terminasse. Claro, não estou falando aqui de disciplina, onde o Senhor castiga uma pessoa e a acolhe de volta à comunhão. Estou falando aqui de condenação, aquele pronunciamento sobre um pecador que não está coberto com o sangue de Cristo. Como eu disse acima, segue-se que se Deus é infinito e o pecador ofendeu a Deus, logo, isso é uma ofensa infinita. Se o julgamento sobre o pecador com respeito à sua pecaminosidade fosse temporal, então isso significa que o sofrimento do pecador é suficiente para apaziguar um Deus infinito. Isso seria injusto pois,(Gl.2:21)diz: “Eu não anulo a graça de Deus; porque se a justiça vem pela Lei, então Cristo morreu desnecessariamente.” Paulo está dizendo que se pudéssemos agradar a Deus pelo que fazemos (sofremos), então Cristo morreu desnecessariamente.

Quarto, os universalistas afirmaram que embora os pecadores impenitentes sejam verdadeiramente perdoados em Cristo, eles devem ser “punidos”, “purificados”, “corrigidos” por um período de tempo na vida após a morte, antes de estarem prontos para serem admitidos na vida eterna. Este é um ensino muito perigoso porque atinge o próprio cerne da expiação de Cristo. 

Para uma pessoa sofrer o julgamento de Deus por causa de seu pecado até que seja considerada digna de estar com Deus, é necessário afirmar que a expiação é insuficiente e deve ser concluída por meio do sofrimento do pecador. Isso é uma blasfêmia e deve ser evitado a todo custo.

Deve ficar claro que a posição universalista está incorreta.

 

Matt Slick

Matt Slick é o presidente e fundador do Christian Apologetics and Research Ministry. Formado em Ciências sociais pelo Concordia University, Irvine, CA, em 1988. Bacharel em ciências da religião e mestre em apologética pelo Westminster Theological Seminary in Escondido, Califórnia